![Larissa Ribeiro](https://espacobarcodepapel.com.br/wp-content/uploads/2021/12/0002.jpg)
Neste conto, por meio de uma linguagem comunicativa e sensível, Carrascoza recupera Gênesis, da Bíblia, destacando a capacidade imaginativa infantil, ao narrar, a partir dos desenhos, em lápis de cor, realizados por um garoto, o processo de criação de um mundo de fantasia.
“No Princípio, o menino não sabia o que estava acontecendo. Sentia-se triste, ali na penumbra. Queria que a manhã chegasse logo.
Pegou, então, a caixa de lápis de cor, abriu o caderno na primeira página e desenhou um sol. Gostou do que fez. E ficou feliz.”
Na Bíblia:
No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia, a escuridão cobria as águas profundas, e o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas.
Então Deus disse: “Haja luz”, e houve luz. E Deus viu que a luz era boa, e separou a luz da escuridão.
“No quarto dia, desenhou uma estrela. Era tão cintilante que decidiu fazer outras estrelas – e elas começaram a piscar de lá para cá, como se conversassem.
O menino estava assustado de alegria.”
Na Bíblia:
Então Deus disse: “haja luzes no céu para separar o dia da noite e marcar as estações, os dias e os anos. Que essas luzes brilhem no céu para iluminar a terra”. E assim aconteceu. Deus criou duas grandes luzes: a maior para governar o dia e a menor para governar a noite, e criou também as estrelas. Deus colocou essas luzes no céu para iluminar a terra, para governar o dia e a noite e para separar a luz da escuridão. E Deus viu que isso era bom.
“Mas no sexto dia, ele se sentiu só. Desenhou sua imagem numa página, e diante dela, a de outro menino. Pintou de azul a sua roupa e de vermelho a de seu amigo. E, só de vê-los no papel, já gostava dos dois ali, juntos.”
Na Bíblia:
Então Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa imagem; ele será semelhante a nós. Dominará sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre todos os animais selvagens da terra e sobre os animais que rastejam pelo chão”.
Assim, Deus criou os seres humanos à sua própria imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou.
Fazendo uso do recurso intertextual, do diálogo com o texto bíblico – Gênesis, Carrascoza permite ao menino realizar, com papel e lápis de cor, ao longo de sete dias, a trajetória de criação do universo (o seu mundo de criança). Assim, vai expondo, com delicadeza, a sensibilidade infantil e o prazer das descobertas, sempre presentes no ato de brincar; elementos, por meio dos quais, a criança é capaz de desvendar o mundo, conhecer a si mesma e relacionar-se.
Brincar, então, é um ato de criação. É construir um universo lúdico, que possibilita aprender e apreender a realidade.
Muito lindo isso!
Vale a pena conferir:
Carrascoza, João Anzanello. Caixa de brinquedos, São Paulo: Edições SM, 2017.
Bíblia Sagrada: nova versão transformadora, São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2016, recurso digital.
Brincar é mesmo criar o nosso próprio universo.
Dentro de nossos mundos somos oniscientes e onipresentes.
Quem sabe Deus não segue até hoje aprendendo e apreendendo com a realidade que criou à sua imagem, tal como nós!
💙💙💙
Adorei!!! Não conhecia esta história!